sábado, 21 de fevereiro de 2009

Moçambique em Oslo - Gemuce








PRECONCEITOS







Estou em paz
com os meus preconceitos
porque percebi que
o sentido humano tem como base
a questão preconceituosa.
E assim estou em paz com o conceito preconceituoso.
Este agora tornou-se importante
no meu processo criativo
e a minha vida tornou-se um preconceito…
Não estou livre de preconceitos


Gemuce é um dos artistas presentes na exposição que inaugurou ontem, dia 20 de Fevereiro em Oslo.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Moçambique em Oslo – Ângela Ferreira



Ângela Ferreira

Qualquer tentativa de classificação do trabalho de Ângela Ferreira transforma-se num verdadeiro desafio, dado que as classificações são justamente um dos temas abordados nas peças da artista.

Nascida em 1958 em Maputo, capital de Moçambique, Ângela Ferreira viveu nesta cidade até 1973, mudando-se depois para Lisboa, onde viveu o intenso período da revolução de 25 de Abril de 1974. Em 1976, e à semelhança de tantos outros luso-moçambicanos, muda-se para a África de Sul, mais precisamente para a Cidade do Cabo para estudar Artes Plásticas.

Os anos passados neste país foram decisivos para o desenvolvimento da consciência cultural de Ângela Ferreira, uma consciência que produziria uma intensa sensibilidade política que cedo se manifestou nos seus trabalhos. Durante os anos 80, a África do Sul foi alvo de um boicote económico e cultural internacional, com o objectivo de forçar o fim do regime do apartheid. Devido a esse bloqueio, e enquanto estudante de arte, Ferreira esteve politicamente restringida e fisicamente distante dos centros “reconhecidos” de produção de arte e dos respectivos discursos, não havendo lugar para encontros directos com as obras, mesmo quando estas faziam parte do programa da Escola de Arte da Cidade do Cabo. Todos os discursos modernistas da Europa e dos Estados Unidos eram, assim, transmitidos enquanto teoria e a sua materialização nunca se concretizava; ou, como a artista comentou uma vez, “a única materialização que existiu foi na forma de apresentações de slides, os ‘originais’ nunca chegavam lá”.

Esta situação conduziu a um fenómeno de prática artística derivada dos “originais” existentes nos longínquos museus das capitais culturais do mundo ocidental. Este tipo de fenómeno acontece na periferia por razões geográficas e políticas, apesar de também ser visível nos chamados centros de produção de arte e de teoria. O facto foi observado pela artista durante os seus estudos e reflecte-se ainda hoje na perspectiva irónica e autobiográfica que imprime aos seus trabalhos, quer em relação a uma África do Sul culturalmente isolada, quer em relação a um Portugal pré e pós-revolucionário.
Jürgen Bock – ArtÁfrica
Ângela Ferreira é uma das artistas presentes na IKM na exposição “Maputo: a tale of one city”

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Moçambique em Oslo - Rafael Mouzinho




CAMPO FLUTUANTE E INCONSCIENTE DO SIGNIFICADO


"Interesso-me pela discodificação dos objectos penetrando na lógica dos sinais como na dos sínbolos, porque elas não estão de forma nelhuma ligadas a uma função ou uma lógica social ou de desejo, as quais servem de campo flutuante e inconsciente do significado"

Mouzinho apresentou este trabalho no Centro Cultural Franco Moçambicano (CCFM) em 2005, na exposição Hora 0. Em 2006 na Expo Arte Contemporânea Moçambique 06 teve uma versão diferente e agora nesta exposição em Oslo reaparece com novas reformulações, introduzindo novos elementos.

O seu trabalho aborda as questões do espaço, a sua utilização e aproveitamento. Num outro extracto sobre a sua criação Mouzinho diz: A ciência dá-nos ordem nos pensamentos. A moral dá-nos ordem nas acções. A arte dá-nos ordem na apreensão das aparências visuais, tangíveis e audíveis, nos ensina a visualizar as coisas e não apenas a conceitualizá-las ou utilizá-las. Procura fazer levantamento de algumas das questões pertinentes às possibilidades de relações estabelecidas a partir de questões que dizem respeitam a produção da visualização da realidade e dos esquemas visuais e conceituais adquiridos a partir de algumas convenções existentes em nossa crença na natureza real do espaço”.


Até onde os espaços são importante e como são aproveitados. Os espaços urbanos, domésticos, públicos, privados, tecnológicos, intelectuais, os espaços existentes e os que estão por existir.

Rafael Mouzinho faz parte do colectivo de artistas Moçambicanos que se apresentarão e Fevereiro em Oslo

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Moçambique em Oslo - Mauro Pinto


FOTOGRAFANDO ACONTECIMENTO

Nos anos 90 Mauro Pinto decide fazer um curso de fotografia pela «Monitor International School» e na mesma altura teve um estágio com o fotógrafo José Machado. Daí para cá, assume a fotografia como profissão.
Participou em diversos workshops e tem tido oportunidade de trocar experiências com fotógrafos como o norueguês Trygve Bolstad, Ricardo Rangel, Karl Kugel entre outros. Participou em diversas exposições individuais e colectivas, e tem alguns dos seus trabalhos fotográficos publicados em livros, revistas e catálogos.
A experiência o "Porto de Luanda" é o início de um trabalho que pretende expor pedaços e toques do legado Africano levado para outros continentes. Este trabalho, que resultou numa exposição, faz parte de um projecto ambicioso denominado "Portos de convergência" que investiga as relações das culturas da África Austral com o resto do mundo, em particular o triângulo de ligação entre África – América – Europa.
Historicamente, estes foram os principais pontos da rota de migração massiva e bruta relacionada com o comércio de escravos africanos. Para se entender realmente a importância do legado Africano em terras estrangeiras, é necessário retroceder aos pontos históricos de partida e entrada das populações africanas: os portos marítimos. O fotógrafo procura estabelecer a ligação entre África e as populações Africanas que migraram, voluntária ou involuntariamente, para continentes como a Europa e a América e, desvendar, com os seus próprios olhos, o ambiente onde chegaram, há tantos anos atrás, as pessoas da África Austral. O seu verdadeiro objectivo é percorrer, muitos anos mais tarde, os passos que os seus antepassados deram para terras estrangeiras e registar a viagem de forma a abalar o presente em relação à marginalização de África e do seu povo que, actualmente vive noutros continentes.
Mauro Pinto integra o colectivo de artistas moçambicanos que estará presente na exposição "Maputo, a tale of one cite" na Galeria IKM em Oslo.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

A ARCO abre amanhã!

A Feira de arte de Madrid abre as portas amanhã.
Um dos artistas presentes no certame deste ano, dedicado à India, será o angolano Nástio Mosquito com o projecto dZzzz . Vale a pena espreitar....

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Ver o que outros andam a fazer

Paul Emmanuel





Lost Men Moçambique

"Esta obra delicada com imagens imprimidas num tecido transparente, duma maneira ou outra, conversa com lembranças de todas coisas perdidas em geral relacionadas aos vários conflitos que culminou com a independencia de Moçambique."





Lembram-se desta intervenção em Maputo? Foi em 2007 no cais do Ferry para Catembe

Acompanhem aqui o que faz este artista sul africano